
Foto: Reprodução/Vídeo
Bonaldi é cardiologista e professor universitário. Nesta semana, viralizou na internet com um vídeo em que pedia para as pessoas ficarem em casa. Tendo a Itália como exemplo, ele afirma que, se a doença se alastrar pelo Brasil, como aconteceu na Europa, a tendência é que nem todos os infectados consigam ser atendidos nos hospitais. Dessa forma, pacientes graves podem morrer em casa, sozinhos e "de um jeito terrível".
"Na Itália, as pessoas estão morrendo dentro de casa. Na Itália existe um critério de que, se acima de 80 anos, com doença grave, se não tem espaço para ele, infelizmente, ele vai ficar em casa. E a morte é terrível. O cara afoga nele mesmo. A tomografia se assemelha a de um indivíduo afogado. Dentro da estrutura que era para estar trocando gás, é cheio de líquido. Ele morre afogado dentro dele, longe da família, porque a vigilância epidemiológica não vai deixar a família visitar esse cara. Porque se visitar, vai pegar a doença e vai continuar o ciclo. Ele morre sozinho. Não tem o que fazer. Ou fica em casa, ou fica em casa""
ISOLAMENTO SOCIAL É FUNDAMENTAL
O médico reforça que a única forma de conter a doença, é se a população entender a importância do isolamento social. Ficar em casa é não sair da porta para fora nem para dar uma volta no condomínio ou ir à padaria. O isolamento salva vidas.
"A gente só tem uma solução hoje bem estabelecida: isolamento social. Não temos vacina, não temos remédio que encurta a doença. O que temos agora é uma população que, quanto maior a quantidade de gente na rua, maior a quantidade de doente, maior a quantidade de doente grave, maior a quantidade de catástrofe", assegura.
Você não é idoso? Não tem doença crônica? Mas isso não significa que você pode sair de casa neste momento. É hora de pensar no próximo e agir de forma a evitar que o vírus se espalhe ainda mais.
"A maior parte da população sai disso sem menores problemas. Na China, a mortalidade gira em torno de 1% a 2% do grupo total. Na Itália, em torno de 7% do grupo total. Mas o problema é que eu fico 12 dias sem sintomas da doença. Se eu seguir o raciocínio de que não sou grupo de risco, porque não tenho 80 anos, não tenho doença grave e posso sair na rua, vou encostar onde tem a doença, vou passar para o meu vizinho e ele é filho de um senhor de 80 anos que vai parar. O raciocínio do que pega menos em mim ou eu não fico grave, é um raciocínio super perigoso. É o raciocínio que manteve a Itália na rua por dias achando que isso era um caso gripal e hoje eles vivem uma catástrofe"
Fonte:
A Gazeta